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Investigação aponta feminicídio em caso de mãe que enforcou filha no DF

Investigação aponta feminicídio em caso de mãe que enforcou filha no DF

Data de Publicação: 24 de junho de 2024 07:37:00 Jacivânia Silva arrastou a filha, Letícia Santos Silva, 26 anos, pela casa, utilizando um cabo de computador amarrado ao pescoço. O MP considerou crime como feminicídio e a investigada é considerada foragida da Justiça

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INVESTIGAÇÃO

Investigação aponta feminicídio em caso de mãe que enforcou filha no DF

Jacivânia Silva arrastou a filha, Letícia Santos Silva, 26 anos, pela casa, utilizando um cabo de computador amarrado ao pescoço. O MP considerou crime como feminicídio e a investigada é considerada foragida da Justiça

INÍCIOCIDADES DF

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Após o crime, a suspeita fugiu do local com o filho da vítima -  (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

Após o crime, a suspeita fugiu do local com o filho da vítima - (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

Uma reviravolta surpreendente no caso da morte de Letícia Santos Silva, 26 anos, morta asfixiada com um cabo de computador pela própria mãe, Jacivânia dos Santos Silva, 51, levou ao enquadramento do crime como feminicídio pelos promotores do Ministério Público. Jacivânia é considerada foragida da Justiça.

O crime ocorreu na noite de 28 de maio de 2023, no apartamento de Letícia, na 316 Norte, em Brasília. Na época, o Correio mostrou que caso foi inicialmente tratado como suicídio pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas em fevereiro deste ano, a suspeita confessou o assassinato.

As investigações da PCDF, corroboradas com a oitiva de testemunhas, revelaram que Jacivânia administrou medicamentos para simular um suicídio da filha. Letícia foi arrastada pela própria mãe dentro do imóvel, utilizando um cabo de computador amarrado ao pescoço. A vítima sofria de bipolaridade.

Em depoimento à polícia, Jacivânia relatou que o incidente começou na manhã de 28 de maio, quando ela, Letícia e o filho de Letícia, de 3 anos, estavam na sala de alimentação de um shopping na Asa Norte. Letícia teria agredido o filho, o que levou um homem desconhecido a revidar com tapas nas costas dela, causando constrangimento à mãe.

Segundo os investigadores ouvidos pela reportagem, de volta ao apartamento, Letícia, visivelmente agitada, tomou seus medicamentos regulares sob a supervisão de Jacivânia, que confessou ter adicionado rivotril ao suco da filha sem seu conhecimento. Após tomar os remédios, Letícia foi se deitar, mas acordou e expressou descontentamento com a presença do filho, afirmando que a criança “arruinava sua vida”.

Jacivânia declarou à polícia que, temendo uma reação da filha contra o neto, pegou um cabo de computador e estrangulou Letícia, arrastando-a para o quarto e deixando-a inconsciente na cama. Após o crime, ela fugiu do apartamento com o neto.

“Não interfona”

De acordo com as investigações, um pastor amigo da família foi chamado por Jacivânia ao apartamento após o crime. Ela confessou ao religioso que havia matado a própria filha, mas, de acordo com os policiais, ocultou essa informação para a apuração policial.

Posteriormente, o pastor detalhou à polícia que mentiu no depoimento e disse que falaria tudo que sabia. Aos policiais da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), disse que recebeu mensagens pelo WhatsApp de Jacivânia, pedindo que ele e a esposa fossem ao apartamento de Letícia. "Quando chegar me avisa, para não interfonar", escreveu a acusada. Para os policiais, o intuito da mensagem era despistar as investigações.

O pastor relatou que quando entrou no imóvel, encontrou a porta do quarto de Letícia trancada e, por isso, teve que arrombá-la. Lá, encontrou a vítima gelada, deitada na cama com um cabo enrolado no pescoço. Logo em seguida, telefonou para os investigadores, mas Jacivânia já havia emplacado fuga com o neto da vítima.

Os bombeiros, após serem acionados, constataram que Letícia ainda apresentava sinais vitais, mas, apesar dos esforços, ela morreu no local.

Prisão

Enquanto a PCDF indiciou Jacivânia por homicídio, a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e aceita pelo Tribunal do Júri de Brasília, enquadrou o crime como homicídio, com emprego de asfixia e recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, com qualificadora de feminícidio. 

O pastor foi denunciado por fraude processual e favorecimento pessoal. A ré chegou a cumprir prisão temporária durante as investigações após confissão, mas obteve um habeas corpus que revogou a medida. Com a denúncia, um mandado de prisão preventiva foi expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP) e, até o momento, é considerada foragida da Justiça.

O Correio localizou a defesa da ré, mas não obtivemos retorno até o fechamento dessa reportagem. O espaço fica aberto para manifestações. 

 

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