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Seca pode levar à insegurança alimentar no DF em menos de 10 anos

Seca pode levar à insegurança alimentar no DF em menos de 10 anos

Dados do AdaptaBrasil apontam riscos para a produção agrícola em todo o país devido às mudanças climáticas

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Bruna Fernandes - Especial para o Correio 

 

Dara Russo - Especial para o Correio 

 

Matheus Morgado — Especial para o Correio 

 

Ana Paula Sousa - Especial para o Correio

 

Em menos de dez anos, o Distrito Federal será a unidade federativa mais vulnerável à insegurança alimentar devido à seca agravada pelas mudanças climáticas. Os dados são da plataforma AdaptaBrasil, do Governo Federal. Embora essa vulnerabilidade esteja relacionada a vários fatores, as dificuldades de produção tendem a ser um problema para o DF já num futuro próximo.

A plataforma mostra que o DF ocupa a primeira posição entre os estados brasileiros que dependem de irrigação em larga escala para produção de alimentos, seguido - de longe - pelo Espírito Santo, e a segunda pior posição quando se trata dos fatores que levam as famílias a terem comida insuficiente e nutrição inadequada. No entanto, o planejamento e gestão da segurança alimentar e nutricional do DF são considerados baixos pelos dados do AdaptaBrasil.

Porém, sem esforços para conter o aquecimento global, até nos cenários mais otimistas haverá impacto nas principais culturas agrícolas, diz o agrônomo Giampaolo Pellegrino, pesquisador de mudanças climáticas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Culturas como soja, milho, feijão e arroz, cultivados em diversos estados, devem ser afetados com safras menores. “No cenário nacional, só cana e mandioca teriam algum benefício, porque suportam o aumento da temperatura.”

Ainda assim, há riscos. No Nordeste, onde a mandioca é a base da alimentação, a área produtiva deve encolher. “Ali já estaria no limite (da temperatura)”, diz o agrônomo, alertando que a região poderá enfrentar um problema de segurança alimentar. Para o coordenador do AdaptaBrasil, Jean Ometto, a preparação para este cenário deve incluir “instituições, pessoas e organizações”.

Menor acesso a alimentos

Os impactos dessas mudanças na saúde são diretos e indiretos, avalia a nutricionista Taís Alpino. Para a pesquisadora da Fiocruz, a menor oferta de alimentos pressionaria os preços para o consumidor, o que dificultaria o acesso de pessoas mais pobres. “Ter pouco acesso a alimentos in natura aumenta o consumo de ultraprocessados. Faz com que a população se alimente de uma forma não saudável e tenha outros problemas de saúde”, afirma. Nesse cenário, os pequenos produtores tendem a ser os mais afetados. E são estes que abastecem a mesa dos brasileiros.

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