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O sítio arqueológico escavado pelos pesquisadores fica na encosta leste da Cidade de Davi, em Jerusalém Oriental - (crédito: Autoridade de Antiguidades de Israel/Reprodução)
Um grupo de arqueólogos encontrou um conjunto de salas de pedra que eram utilizadas para rituais e adoração no Reino de Judá, há cerca de 2,8 mil anos. A construção é o único templo desse período encontrado em Jerusalém e um dos poucos achados em Israel, de acordo com a Autoridade de Antiguidades do país.
As salas datam do período do Primeiro Templo (1200 a 586 a.C), ambiente construído pelo rei Salomão para adorar a Deus, segundo a tradição judaica. A edificação ficava no Monte do Templo, a poucas centenas de metros de onde fica o templo recém-encontrado.
Conforme um artigo do periódico Atiqot, da Autoridade de Antiguidades de Israel, a sala 4 do templo descoberto abriga o massebah, uma grande pedra ereta mencionada na bíblia hebraica como um pilar sagrado. "Sem dúvida, esta sala era usada para adoração", declararam os cientistas.
A sala adjacente, 5, também parece ter servido para atividades religiosas, inclusive sacrifícios. Ela tem ranhuras em forma de V no chão de pedra, que poderiam ter sido usadas para esmagar uvas e nozes ou até mesmo para rituais com um tripé, especulam os pesquisadores.
Panelas, escaravelhos, jarros com inscrições em hebraico e selos foram encontrados em uma caverna próxima à construção, o que levou os pesquisadores a acreditarem que se tratava de um complexo de culto. "Este complexo revela a diversidade das práticas de adoração na capital do Reino de Judá", afirmam.
Escavações
O sítio arqueológico escavado pelos pesquisadores fica na encosta leste da Cidade de Davi, em Jerusalém Oriental. O oficial do exército britânico Montagu Parker já tinha desenterrado uma parte da estrutura em 1909, porém o sítio ficou intocado por mais de cem anos.
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As escavações foram retomadas em 2010 e descobriram que o local estava selado por um aterro datado do século VII a.C, o que indica que o templo teria sido abandonado naquela época, explica Eli Shukron, arqueólogo responsável pela descoberta. O abandono pode ter acontecido por conta das reformas religiosas realizadas pelo rei Ezequias, que centralizaram a adoração no Primeiro Templo em detrimento de outros ambientes rituais.