x
Parque Ana Lídia e o foguetinho significa muito para a vida das crianças - (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Viva o Parque da Cidade Sarah Kubitschek! O espaço de lazer, encontros, conexão com a natureza e práticas esportivas completa, hoje, 46 anos. Além de ser um dos cartões de visita de Brasília, o lugar projetado por Oscar Niemeyer e Athos Bulcão tem um significado especial para vários brasilienses, que ali construíram, ou estão construindo, suas memórias afetivas.
- Frequentadores utilizam o Parque da Cidade para recarregar as energias
- Evento celebra 46 anos do Parque da Cidade com música e pôr do sol
- Parque da Cidade ganha academia ao ar livre com musculação e aulas gratuitas
De acordo com a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), circulam em média 12 mil pessoas por dia no parque, podendo chegar a 45 mil aos fins de semana. Em dias de eventos, o local pode receber cerca de 80 mil frequentadores. Para não deixar a data passar em branco, nos dias 11, 12 e 13 haverá o Festival da Criança.
Memórias
Na infância, sempre que Geraldo Cláudio Alves, 50 anos, queria se divertir com os colegas, ele fugia de casa e seguia em direção ao Parque da Cidade. "Um dos pontos mais legais era a piscina de ondas. Acabei de passar por lá e olhei ela desligada. Fica aquela saudade, os domingos eram diferentes com ela, eu só ia embora ao fim do dia. Isso marcou muito a minha vida", relembrou, falando que, mesmo depois que a área de lazer foi fechada, ele continua frequentando o parque para praticar esportes, andar de patinete e se desligar da rotina de trabalho.
Para Geraldo e Vanderleia Gerhein, 57 o lugar é uma extensão de casa e um local que fortaleceu os laços amorosos do casal. "No início do nosso namoro costumávamos vir aqui passear, pois ela morava em um apartamento pequeno e, aqui, nos sentíamos mais livres. Ela vinha tomar sol e eu a acompanhava. Lembro que Vanderleia tinha um poodle e também o trazíamos para curtir com a gente", descreveu. A prática nunca se perdeu com o tempo e, atualmente, o casal traz o filho Pedro Henrique, 17 anos, para o local. "Temos diversas atividades aqui, e o piquenique é uma delas", acrescentou.
Segundo Bernardo Verano, professor, ambientalista e pesquisador vinculado à Universidade de Coimbra (Portugal), além da importância para os frequentadores, a área também desempenha um papel fundamental na melhoria do microclima da região. "A extensa área verde do parque funciona como uma espécie de 'ilha de frescor', aliviando as altas temperaturas típicas da capital federal. Isso ocorre principalmente devido à evapotranspiração das plantas, que liberam vapor de água para a atmosfera, aumentando a umidade do ar e promovendo um resfriamento natural", explicou.
A área também traz uma série de benefícios ambientais significativos para a população local, bem como para a fauna e flora nativas, disse Bernardo. "Ela atua como um refúgio de biodiversidade em meio ao ambiente urbano, abrigando várias espécies de plantas e animais nativos, o que é crucial para a conservação da natureza local. A presença de vegetação também melhora a qualidade do ar, uma vez que as plantas absorvem dióxido de carbono e outros poluentes, ajudando a purificar o ar", pontuou.
Significado
O Parque da Cidade também tem um significado especial para Maíra Barbosa, 38 anos, que frequenta o espaço desde a infância. "Sempre adorei esse brinquedo aqui, o Foguetão. São em locais como esses que temos um momento em família, lazer de qualidade, união, fortalecimento de laços, restauração da relação com a natureza. Esse lugar significa muito para mim. Eu fico olhando para esses brinquedos e imaginando o quanto mudaram, e como eu evoluí ao longo dos anos", pontuou.
De acordo com Maíra, levar as sobrinhas é uma forma de manter viva a tradição familiar de visitar o espaço. "É claro que elas não têm o mesmo estilo de vida que tínhamos antes, mas conseguem ter a mínima noção de como brincávamos no passado. É algo muito nostálgico, espero que, quando elas crescerem, façam o mesmo com as gerações futuras", observou. Como professora do Centro de Ensino Fundamental Miguel Arcanjo, em São Sebastião, levar os alunos também é algo que traz alegria a todos. "Os estudantes têm uma excelente tarde de lazer e diversão nesse lugar maravilhoso", destacou.
Qualidade de vida
Áreas verdes e parques em cidades são essenciais para aumentar a qualidade de vida das pessoas, pois são um contraponto à devastação ambiental promovida pela construção civil, na avaliação do urbanista Frederico Flósculo. "O Plano Piloto de Brasília é um grande exemplo de preservação e qualidade de vida, pois todas as superquadras ficam em meio a uma área verde que, teoricamente, é um parque. É claro que temos algumas áreas onde ocorreram muitas construções", destacou.
Segundo o urbanista, outras Regiões Administrativa do Distrito Federal também poderiam ter locais como esses, concedendo um valor ambiental às cidades. "É muito importante que todo lugar tenha uma área verde igual à urbana. Deveria ser meio a meio. Uma parte para a pavimentação e construção e a outra para a população ter contato direto com a natureza", pontuou.
Contato com a natureza é o que Ricardo de Assis, 43, busca no Parque da Cidade, desde 1990. "Aqui é como se fosse meu parque de diversões. Minha adolescência foi muito divertida passeando por aqui. Costumava andar de bicicleta por volta do Parque", pontuou. Atualmente, o educador físico usa o espaço para atividades físicas. "Venho aqui com muita frequência. Pelo menos quatro vezes na semana", contabiliza lembrando que os pais o levavam ao parque quando ele era criança e ajudaram a criar esse elo. "Venho me exercitar e fico ao menos uma hora. Tenho várias lembranças dos momentos passados. É uma nostalgia bem legal", finalizou.
Programação
Local: Parque Ana Lídia
Sexta-feira (11/10):
9h: Artetude
9h40: Mamulengo Fuzuê
10h20: Tio André
11h: Bonde do Coringa
14h: Bagagem e CIA
14h40: Tio André
15h: Sessão Solene na Câmara Legislativa do DF (CLDF)
15h20: Palhaço Godinho
Sábado (12/10):
9h: Palhaço Godinho
9h40: Mamulengo Fuzuê
11h20: Mandioca Frita
12h: Artetude
14h: Tio André
14h40: Bonde do Coringa
15h20: Bagagem e CIA
Domingo (13/10):
9h: Artetude
9h40: Mamulengo Fuzuê
10h20: Tio André
11h: Bonde do Coringa
14h: Artetude
14h40: Bagagem e CIA
15h20: Palhaço Godinho
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
SAIBA MAIS
- CIDADES DFGDF doa terreno para construção de templo católico no Noroeste
- CIDADES DFIdade da mulher e do homem determina o sucesso da reprodução assistida
- CIDADES DFBar na Asa Norte, um dos redutos do samba na capital, é interditado
Programação
Local: Parque Ana Lídia
Sexta:
9h: Artetude
9h40: Mamulengo Fuzuê
10h20: Tio André
11h: Bonde do Coringa
14h: Bagagem e CIA
14h40: Tio André
15h: Sessão Solene na Câmara Legislativa do DF (CLDF)
15h20: Palhaço Godinho
Amanhã:
9h: Palhaço Godinho
9h40: Mamulengo Fuzuê
11h20: Mandioca Frita
12h: Artetude
14h: Tio André
14h40: Bonde do Coringa
15h20: Bagagem e CIA
Domingo:
9h: Artetude
9h40: Mamulengo Fuzuê
10h20: Tio André
11h: Bonde do Coringa
14h: Artetude
14h40: Bagagem e CIA
15h20: Palhaço Godinho
-
Parque Ana Lídia recebeu diversas crianças de escola pública.Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
Parque Ana Lídia e o foguetinho significa muito para a vida das criançasFoto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
Maíra Barbosa levas as sobrinhas ao parquinho para manter a tradição da famíliaFoto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
Parque Ana Lídia é um criador de memórias na vida de muitas crianças.Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
Geraldo e Vanderleia frequentam o local desde a época de namoroFoto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
Os pais de Ricardo levavam o filho ao parque onde, hoje, ele pratica exercícios físicosFoto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
-
O parque constantemente é usado como local de lazer.Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
Tags
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br
Luis Fellype Rodrigues*
postado