Carlos Silva
Último certame para ingresso na corporação foi em 2016 - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou a realização de um novo concurso público para o Corpo de Bombeiros (CBMDF). Segundo ele, o certame deve ofertar ao menos cinco mil vagas e tem como objetivo recompor o efetivo da corporação, diante da previsão de aposentadorias.
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O anúncio foi feito durante um almoço com o comandante-geral do CBMDF. A expectativa é de que a banca organizadora seja definida em breve. De acordo com Ibaneis, o secretário de Economia do DF, Ney Ferraz, já recebeu autorização para contratar a empresa responsável pelo processo seletivo. A publicação do edital está prevista para ocorrer até junho.
“A meta é formar um grande cadastro reserva, com pelo menos 5 mil aprovados, o que garante agilidade nas nomeações futuras e reforça a tropa, que, em breve, terá uma parte significativa na reserva. Também avançamos nos estudos para reduzir o interstício, acelerar promoções e valorizar quem já está na ativa”, afirmou o governador.
Concursos à vista
Além do concurso para o CBMDF, o GDF prevê a realização de novos certames ao longo de 2025, com oportunidades em diversas áreas da administração pública. Cinco processos estão oficialmente autorizados e se encontram em diferentes fases de preparação.
Entre os concursos mais aguardados está o da carreira de Auditoria Tributária, atualmente em fase de estudos técnicos. Já para a carreira de Especialista em Saúde, o processo está mais avançado, com a contratação da banca organizadora em andamento.
Na área de infraestrutura, o concurso para a carreira de Planejamento Urbano e Infraestrutura deve ter o edital publicado nos próximos 60 dias, conforme previsão do governo. Também há expectativa para a realização de um novo certame do Hemocentro, que se encontra na etapa de formação de grupo de trabalho para estudos técnicos.
Outra seleção em pauta é a da Polícia Civil do DF (PCDF), com vagas previstas para os cargos de delegado, médico perito e papiloscopista. No entanto, segundo o GDF, apesar da autorização já ter sido concedida, a condução do processo seletivo foi delegada à própria corporação. Por isso, é necessário aguardar informações da PCDF sobre o andamento e o cronograma do concurso.
Como se preparar?
Apesar da grande expectativa dos concurseiros da capital diante de tantas oportunidades no CBMDF, o procurador da República e professor de cursos preparatórios para concursos Hebert Reis Mesquita, alerta que é preciso cautela ao interpretar esse número. “De início, é preciso esclarecer que o número 5 mil não é de cargos que necessariamente serão providos. É o cadastro de reserva”, explica. Ainda assim, ele avalia que os candidatos da primeira metade do cadastro têm boas chances de nomeação ao longo dos anos de validade do concurso, especialmente considerando o longo intervalo desde o último certame, em 2016, e a alta rotatividade da carreira militar devido à aposentadoria especial.
Sobre a concorrência entre os concursos previstos pelo GDF, Mesquita destaca que todos tendem a ser muito disputados. “Quanto maior o número de vagas e menor o grau de escolaridade exigido, maior a concorrência”, afirma. Ele reforça que o foco deve ser a constância nos estudos, com leitura de legislação, resolução de questões e dedicação diária de horas à preparação.
No caso específico do CBMDF, Mesquita aponta que os conteúdos mais cobrados historicamente são as legislações pertinentes à corporação e temas de emergência pré-hospitalar, que, juntos, chegaram a representar quase metade da pontuação nas provas de 2016. Para ele, mesmo antes da publicação do novo edital, os interessados já devem se guiar pelo conteúdo anterior e por concursos similares em outros estados. “A pessoa precisa ter de 4 a 6 horas livres para estudar. Se tiver mais horas, melhor. E estudar envolve método e estratégia”, recomenda.
A escolha da banca organizadora, embora relevante, não deve paralisar o candidato. “Não se deve hipertrofiar a importância da banca x ou banca y. Todas as bancas mais se parecem do que se diferenciam. Esqueçam a banca. Foquem no que está ao seu alcance”, aconselha. Segundo ele, ao identificar a banca, o candidato pode complementar a preparação resolvendo provas anteriores da organizadora, mas o essencial é já ter avançado nas matérias principais antes da publicação do edital.