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Por dia, 2 médicos são afastados por doenças na rede pública do DF

Por dia, 2 médicos são afastados por doenças na rede pública do DF

Data de Publicação: 22 de julho de 2024 05:55:00 No ano passado, 933 médicos da rede pública de saúde apresentaram atestados de afastamento devido a problemas de saúde mental Samara Schwingel

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Médico oferece Pílulas de estatina para pacientes com colesterol alto - Metrópoles

Nos últimos meses, o Metrópoles noticiou casos de pessoas que encararam demora no atendimento da rede pública de saúde do Distrito Federal. Grávidas e crianças chegaram a morrer devido à demora ou falta de assistência — muitas vezes, causada pelo baixo número de médicos. Além do déficit dos profissionais da medicina, a Secretaria de Saúde ainda precisa enfrentar o adoecimento da categoria. Em 2023, uma média de 2,5 médicos pediram afastamento do trabalho por dia devido à distúrbios mentais.

Em todo o ano passado, foram 933 atestados emitidos – a maioria solicitando afastamento de 30 dias ou mais. Entre janeiro e abril deste ano, 235 servidores da carreira médica homologaram dispensas referentes a doenças mentais. As informações constam em um relatório realizado pelo GDF e que considera apenas os profissionais da carreira de medicina.

 

De acordo com o documento, dos 933 atestados entregues por profissionais da área no ano passado, 26,26% eram médicos da família — que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e são responsáveis pelo acompanhamento mais próximo dos moradores de suas respectivas regiões.

Outros 14,79% dos afastamentos foram de médicos clínicos. Em seguida aparecem os pediatras, que somam pouco mais de 12% dos atestados protocolados no ano passado.

Os principais motivos das licenças de médicos da rede pública foram, respectivamente: transtornos de ansiedade; reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação; e episódios depressivos.

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A região mais afetada com o afastamento de médicos em 2023 foi a região sudoeste de saúde, que atende a moradores de Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires. Unidades localizadas nessas áreas, juntas, concentram 17,90% dos atestados.

Em seguida, aparece a região central, responsável pelo atendimento de Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Lago Norte, Varjão e Vila Planalto, com 12,9% das licenças.

Casos recentes

Em abril, o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) estava com superlotação de 175% e deixou de atender crianças doentes, que buscavam atendimento na unidade de saúde. Além da demanda excessiva de famílias em busca de socorro, segundo consulta feita na época à Ouvidoria da Secretaria de Saúde, naquele a unidade havia apenas um médico no plantão na pediatria.

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Já Anna Julia Galvão morreu, aos 8 anos, em 17 de abril, no Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB), após passar por outras unidades hospitalares da capital federal.

Em 14 de abril, Jasminy Cristina de Paula Santos, de um mês de vida, morreu na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. Segundo a família, houve negligência e demora no atendimento. A bebê recebeu diagnóstico preliminar de bronquiolite, mas não houve solicitação de exames. A criança foi mantida no oxigênio, soro e salbutamol. A família perguntou se era necessário investigar mais o quadro de Jasminy, mas os profissionais da UPA, segundo a família, se limitaram a dizer que a menina seguiria em observação.

O que diz o GDF

Procurada, a Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que monitora os índices de absenteísmo. “A média é de 10,53%, demonstrando um acompanhamento contínuo desses dados”, diz a pasta, em nota.

“O número de licenças médicas está relacionado ao grande contingente de servidores da secretaria, que totaliza cerca de 35 mil profissionais. A principal razão para os afastamentos são os atestados de comparecimento e as licenças médicas, sendo esta última responsável por aproximadamente 25% da taxa de absenteísmo”, completa.

A SES-DF admite que há desafios na administração, mas afirma que “atua de maneira proativa para melhorar a qualidade de vida dos servidores”.

“A secretaria foi premiada com a medalha de prata no selo QualiVida em 2024, um reconhecimento das boas práticas em qualidade de vida e valorização do servidor, repetindo o feito de 2023, quando recebeu a medalha de bronze, refletindo o comprometimento desta instituição em promover o bem-estar e valorizar seus servidores”, finaliza.

 

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