Saúde mental: arte e afeto ajudam no tratamento de doenças psiquiátricas
Data de Publicação: 6 de agosto de 2023 22:11:00 Unir a cultura aos cuidados com a saúde mental potencializa processos de socialização, autonomia e protagonismo de pessoas que, muitas vezes, são marginalizadas do convívio familiar e social
Letícia Mouhamad*
26/07/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Humanização das pessoas com doenças mentais. Integrantes do grupo Maluco Voador. Maria do Rosário Filipe Wiladino, Joaquim Monteiro(cam verde). - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
A loucura já foi, incontáveis vezes, tema de novelas, roteiro de filmes, inspiração para músicas e objeto de pesquisa para teses. De forma concomitante, o estigma em torno das doenças mentais percorreu séculos. Isolou e desumanizou. E, muitas vezes, as vítimas sequer tinham algum diagnóstico, eram pessoas indesejadas — bêbados, prostitutas, homossexuais, rebeldes.
Quando escreveu o livro-reportagem Holocausto brasileiro, que conta a história do manicômio Colônia, em Barbacena (MG), a jornalista Daniela Arbex frisou não haver qualquer exagero no título. A "sucursal do inferno", como alguns o chamam, foi palco de um genocídio que matou 60 mil pessoas.
Acabar com as intervenções clínicas consideradas violentas, como o confinamento, a vigilância ininterrupta, a camisa de força e a eletroconvulsoterapia tornou-se o objetivo dos movimentos antimanicomiais. A partir dos anos 1970, o cenário começou a mudar.
"Com a ajuda de medicamentos que visavam controlar as doenças, houve um esforço de entender o indivíduo por um viés mais global, além de reconhecer a importância das redes de apoio e do trabalho psicoterápico e terapêutico ocupacional. Buscou-se a desinstitucionalização dessas pessoas, de forma que a internação ocorresse quando fosse realmente necessária", explicou Leonardo Sodré, médico psiquiatra, com doutorado na área de transtornos mentais graves.
Nesse contexto, entram em cena as artes e a cultura como catalisadoras dos processos de socialização, autonomia e protagonismo, como propôs a psiquiatra Nise da Silveira. Entende-se o sujeito para além do seu diagnóstico, e, com afeto e respeito, vê-se a possibilidade de curar o estigma. Pensando nisso, a Revista conversou com coletivos e pessoas mobilizadas em torno do assunto para fortalecer a máxima de que ter dignidade é pertencer. E pertencer é terapêutico.
Pelos batuques do coração
Já se perguntou qual a sua música preferida, aquela que melhora o dia e levanta o astral? Para Rosário dos Santos, 60 anos, a resposta está na ponta da língua: Senhora das Candeias, de Clara Nunes! E a letra bem que lembra um pouco das suas vivências, no trecho em que diz: "Meu coração é feito de pedra de ouro. O meu peito é um tesouro que ninguém pode pegar".
Isso porque, hoje, sente-se fortalecida e, principalmente, entusiasmada — sentimentos até então substituídos pelo medo, quando o adoecimento pela depressão e pela síndrome do pânico estava em seu auge. Os diagnósticos, aliás, bateram cedo à porta, aos 8 anos, época em que, segundo ela, essas doenças não existiam para a sociedade.
"Minha mãe falou que não me criaria como uma inválida, então, eu seria tratada da mesma forma que os meus irmãos", recorda. Frescura e preguiça eram constantemente associadas à sua condição. Levou um tempo também para encontrar um medicamento que funcionasse efetivamente. "Quando eu me estabilizava com um remédio, o médico o tirava e a crise surgia novamente."
Em 2008, quando perdeu a mãe, a crise veio com intensidade e sem escolher lugar. Ela estava fora de casa e sozinha. Por sorte do destino, foi acolhida pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Paranoá e se recuperou. De lá, não saiu mais. Entrou em grupos, participou de peças de teatro e aprendeu artesanato. Mas os olhos de Rosário brilharam mesmo quando ingressou na oficina de música.
Umbandista, a aposentada sempre gostou de soltar a voz. Além de Clara Nunes, é apaixonada por Martinho da Vila e Benito de Paula — aprecia canções do passado, as suas preferidas. No CAPs, aprendeu a tocar atabaque, zabumba, triângulo, caixa de guerra e violão e, há 10 anos, integra a banda do Maluco Voador, coordenada pelo psicólogo e músico Filipe Braga.
Emocionada, declarou seu carinho pela banda, que considera uma família. "No CAPs, eu me senti amada e acolhida, e a banda preencheu o vazio que existia em mim", conta. Entre as regras do grupo, estão: manter o respeito, não ficar sem medicamento e não faltar aos ensaios. A parceria entre os integrantes é constante. "Um sempre tenta acolher o outro." Quanto à saúde, comenta que sempre há recaídas, mas hoje se sente bem mais equilibrada.
Pelo Maluco Voador, viajou pela primeira vez de avião para Cuiabá, onde o grupo foi premiado, em 2016, na categoria Produções Audiovisuais e Musicais do Prêmio Victor Valla de Educação Popular em Saúde, promovido pelo Ministério da Saúde. Também venceu os prêmios de boas práticas pela Secretaria de Saúde do DF e o Prêmio Nacional de Educação Popular e Saúde.
Rosário teve alta do CAPs e, hoje, participa do projeto como voluntária, além de auxiliar Filipe na coordenação, divulgando a banda por onde passa. "Sempre reforço que temos muito potencial, já tocamos em faculdades, praças, no Ulysses Guimarães. Podemos conhecer o mundo dessa forma."
Sobre o estigma das doenças mentais, a artista é categórica: "Hoje, ninguém me chama de doida, fresca ou preguiçosa. As pessoas me tratam com respeito, e os médicos, com remédios". Para os netos, tenta passar essa consciência social desde cedo, a fim de que eles possam identificar quando não estão bem, assim como saibam acolher quem precisar.
Na melodia da loucura
Formado em 2012, o grupo Maluco Voador surgiu de uma oficina de música realizada no Centro de Atenção Psicossocial — CAPs II do Paranoá, em parceria com o Ponto de Cultura Tambores de Paranoá. Atualmente, é composto por usuários, trabalhadores e familiares do CAPs, e parceiros da comunidade. A musicalidade do grupo se costura entre a batida do zabumba, a pisada dos pés e a celebração da vida.
O grupo traz como proposta explorar ritmos populares como ciranda, coco e baião, no diálogo entre as histórias de vida e trajetórias culturais dos músicos. Explora composições próprias e alguns clássicos de cancioneiros populares, como Luiz Gonzaga, Alceu Valença e canções de domínio popular. Recentemente, o Maluco Voador participou da mostra Desalinhos e costuras: arte e loucura, no Espaço Cultural Renato Russo.
Filipe Braga explica que um dos objetivos do CAPs é criar pontes entre os pacientes e uma vida social, daí o desenvolvimento do grupo musical, que também visa gerar renda e promover cultura. “Estamos rompendo a barreira de que as pessoas consideradas loucas só podem se apresentar em locais onde o público entenderá seu transtorno. Hoje, queremos ocupar todos os espaços sociais. E isso muda muito a forma como eles são vistos em suas próprias comunidades”.
Além de Rosário, Joaquim Monteiro, 53, também é prova de que o Maluco Voador sacode a vida daqueles que o frequentam. Com um pandeiro na mão, ele diz ter conseguido resolver muitos dos “problemas da mente” que o atormentavam. “Agora, quero desabrochar como cantor e músico”, revela. Natural do Piauí, ele traz em suas letras as memórias da terra, além de também tocar atabaque e agogô.
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26/07/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Humanização das pessoas com doenças mentais. Integrantes do grupo Maluco Voador. Maria do Rosário Filipe Wiladino, Joaquim Monteiro(cam verde).Minervino Júnior/CB/D.A.Press
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26/07/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Humanização das pessoas com doenças mentais. Integrantes do grupo Maluco Voador. Maria do Rosário Filipe Wiladino, Joaquim Monteiro(cam verde).Minervino Júnior/CB/D.A.Press
Acolhimento para o paciente e para a família
Foco nos treinos e uma boa alimentação. Assim era o cotidiano de Leandro* quando era atleta de alta performance de caratê. Talentoso, chegou a viajar o mundo representando o país nesse esporte. Em casa, sempre mostrou-se carinhoso com os pais e os irmãos. Aos 23 anos, porém, algo começou a mudar.
“Lembro que, nessa época, há 10 anos, ele passou a virar a noite e a se isolar, e a alimentação já não era mais regulada. No momento mais difícil, não tomava banho diariamente e mantinha o quarto bagunçado”, recorda-se a irmã do jovem, Priscila*. Pela idade do caçula, ela e a mãe achavam se tratar se uma fase, sequer cogitando a possibilidade de um adoecimento.
Fato é que Leandro havia começado a ouvir vozes, que, primeiro, não lhe diziam coisas ruins, mas, depois, passaram a lhe perturbar constantemente, com ameaças e xingamentos. Por isso, pouco conseguia dormir. Leandro não tinha paz.
Quando ficou mais de 24 horas sem relaxar, chegou ao seu limite e teve o primeiro surto. Pela mãe, Regina*, foi levado ao hospital psiquiátrico mais próximo. “Eu não sabia o que fazer. Foi assustador ver meu filho sendo colocado em camisa de força e levando injeção aos gritos”, relata.
“Mesmo em surto, recordo de ficar chocado com o cenário daquele hospital, que tinha alas e grades e parecia uma prisão”, frisa o jovem. Priscila também desaprovou a abordagem do local, que chegou a orientar a família para não contar sobre a situação de Leandro a ninguém.
Havia um constante sentimento de incerteza — de não saber se estavam tomando as decisões corretas, de como seriam suas vidas no futuro, de como o irmão ficaria. E isso se deu, principalmente, pelo desconhecimento que os familiares tinham acerca das doenças mentais. “Eu não tinha informação alguma sobre o assunto, achava que a minha família era perfeita. Acredito que isso tornou o momento do surto ainda mais traumático”, revela Regina.
No dia seguinte à internação, inconformada com a condição de Leandro no hospital, a matriarca o levou para casa. Passou todo o tempo com ele até conseguirem uma consulta com um psiquiatra e, posteriormente, a internação em uma clínica melhor. Nesse novo local, o jovem participava de oficinas, reuniões em grupo, atividades físicas e podia receber visitas aos finais de semana.
Foram idas e vindas à clínica durante um ano. Brigas e reconciliações com a família. E, por muito tempo, o jovem “matava um leão por dia”. Hoje, com a medicação adequada e o acompanhamento médico, ele está bem, não tem crises há anos. Ainda escuta vozes, mas menos. Está mais ativo, voltou a treinar, a estudar para o Enem e pretende se tornar engenheiro. Em seu cotidiano, está sempre acompanhado dos seus cães, seus companheiros fiéis.
Priscila reforça que o apoio à família da pessoa portadora de uma doença mental também é essencial, visto que todos precisam ser fortalecidos. Para o irmão, não poupa elogios: “Ele é uma pessoa incrível, tem um senso crítico muito aguçado, é um piadista. Além disso, é um super tio para os nossos sobrinhos e um filho maravilhoso, cuidando e se preocupando com o bem-estar dos nossos pais”.
Por dentro das doenças mentais
Do ponto de vista psiquiátrico, as doenças mentais graves são aquelas que evoluem de forma muito próxima aos quadros psicóticos, incluindo as esquizofrenias, o transtorno bipolar e o transtorno depressivo recorrente. Os quadros psicóticos são acompanhados de delírios, alucinações, sintomas negativos, que são a perda cognitiva e funcional, além da interferência na capacidade de se relacionar socialmente.
O médico psiquiatra Leonardo Sodré explica que as crises, quando não são bem tratadas, visando o quanto antes a remissão do quadro, podem levar a um dano cerebral contínuo e permanente, chamado de neuroprogressão, no qual o paciente fica cada vez mais deteriorado, a ponto de não ser viável voltar a ter qualidade de vida. Por isso, os métodos psiquiátricos assistenciais considerados mais adequados são aqueles que controlam a doença o mais rápido possível.
Sobre o impasse que muitas famílias se encontram sobre internarem ou não seus entes, o especialista é enfático: “Seja na cardiologia, seja na pneumologia, pessoas em risco, cujo tratamento não pode ser feito em nível ambulatorial, são internadas. Na psiquiatria, não é diferente. Com acompanhamento próximo de uma equipe médica multiprofissional, as chances de sair rapidamente da crise são maiores. Ademais, vale lembrar que nenhum paciente é internado sem indicação médica”.
Alguns contextos que demandam internação são: o paciente se recusa a realizar o tratamento em virtude de um quadro psicótico muito grave; não se reconhece doente; ameaça a integridade da família; corre o risco de exposição moral; pratica espoliação financeira do patrimônio, que ocorre, por exemplo, na dependência química; comete crimes, em vista da alteração do juízo crítico; e tem ideação suicida. Casos de depressão ou alteração de humor graves, que não surtem efeito com remédios e tratamento ambulatorial, também precisam de internação.
Saúde mental no DF
Conforme dados da Secretaria de Saúde do DF, o Distrito Federal possui 18 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em funcionamento, e há planos de implementar cinco novas unidades. Para o psiquiatra Leonardo Sodré, essa quantidade, bem como os serviços que os CAPs oferecem não dão conta do suporte necessário para tratar doenças mentais graves.
Em concordância, o psicólogo André Bizzi, que também é um dos diretores da ONG Inverso, aponta como os maiores desafios à saúde mental do DF o sucateamento dos serviços da Secretaria de Saúde, além da sua falta de cobertura e fechamento das unidades de acolhimento. “Ademais, lutamos por uma atenção que não seja exclusivamente médica, para podermos atuar junto de assistentes sociais, de psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais etc.”
Farra boa para a cabeça
Foi com a família, no interior de Minas Gerais, que Therezinha Rocha, 69 anos, pegou gosto pelas festas populares, em especial, pelo carnaval, comemorado à risca todos os anos. Há uma década, porém, as celebrações ganharam uma importância maior em sua vida, pois recebeu o diagnóstico de depressão e viu, nesses momentos, a oportunidade de coletivizar e sentir-se inclusa.
“A doença não é um bicho de sete cabeças. Mantendo o controle e o tratamento adequado, vive-se muito bem”, destaca. Prova disso é que, já em Brasília, encontrou uma clínica na qual os pacientes participavam de uma companhia de teatro. Entrou de cabeça na ideia e descobriu um passatempo que lhe trouxe benefícios para o corpo e “para a alma”, como ela pontua.
Na capital, mais uma boa surpresa: foi aconselhada, por sua terapeuta, a conhecer o Instituto de Convivência e Recriação do Espaço Social, o Inverso, e a identificação não poderia ser maior. Tornou-se frequentadora assídua e, hoje, faz parte da diretoria colegiada do grupo. “É um lugar que não só trabalha com a inclusão e o bem-estar, como também desenvolve um trabalho político muito engajado”, explica.
Dentro do Inverso, ajudou a fundar o irreverente Bloco do RivoTrio, há 12 anos, partindo da premissa de que o carnaval é um momento em que todo mundo se diverte junto, sem ser possível distinguir quem tem transtorno mental ou não. Os preparativos para a festa do próximo ano, aliás, já começaram. E Therezinha, que frisa ser necessário os portadores de doenças mentais ocuparem seu espaço, estará a postos! “Alguém tem que puxar o bloco, né?”.
Emancip(ação)
O Inverso atua desde 2001 na atenção à saúde mental, oferecendo um espaço de convivência a pessoas em sofrimento psíquico, a seus familiares e à comunidade do Distrito Federal. Tem caráter informal, aberto, e funciona no sistema gratuito, com adesão voluntária, sem listas de espera ou formalidades de inscrição, e sem obrigatoriedade de frequência.
O coletivo possui como princípios fundamentais a garantia de direitos à cidadania; a emancipação política e humana; a atuação intersetorial e em rede; e a desinstitucionalização efetiva de pessoas em sofrimento psíquico. Lá, há troca de afetos, socialização e articulação com a vida cotidiana por meio de oficinas, que vão desde fotografia a aulas de bateria. “Nosso foco é na esfera relacional, na qual atuamos no âmbito cultural, social e não nos restringimos à esfera da saúde. Portanto, o Inverso não é um espaço de tratamento stricto sensu”, explica André Bizzi, psicólogo e um dos diretores da ONG.
Em 2009, a oficina de intervenção urbana realizou a revitalização de um espaço semiabandonado no jardim do prédio onde funciona o coletivo. Mesas e bancos foram decoradas com mosaicos produzidos pelos frequentadores, inspirados pelas obras de Gaudi e de Athos Bulcão. Inaugurado festivamente, o local foi batizado de Esquina da Loucidez e ganhou o prêmio nacional Loucos pela Diversidade 2009, concedido pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Oswaldo Cruz.
Outro legado deixado pelo Inverso é o Bloco do RivoTrio, cujo objetivo é “colocar na rua” e mostrar para a sociedade o bloco da loucura. Em 2019, assumiu o formato de cortejo, permitindo o aumento de sua relevância e alcance social. A festa espalhou a crença nos encontros, na troca de afetos e na autonomia da pessoa acometida por sofrimento psíquico, visando sua expressão singular e seu pertencimento coletivo. O desejo é mobilizar a comunidade para dialogar com o dito diferente e transformar delírios em fantasias, alucinações em marchinhas, paranoias em confetes, solidão em serpentinas.
Reexistência em cena
O teatro foi responsável por transformações profundas na vida de Amanda de Oliveira. Ainda jovem, percebeu que a atuação não apenas lhe ajudava com a timidez, mas lhe dava asas à imaginação. Já na faculdade de psicologia e, posteriormente, em seu mestrado, quis unir o passatempo à formação, iniciando um projeto de encenação, um trabalho com personagens, no CAPs II do Paranoá.
Os frequentadores da oficina gostaram; ela gostou. Gostou tanto que continuou. Primeiro como voluntária, depois como psicóloga e coordenadora do projeto. Lá, os dispositivos de cuidados são as linguagens e experimentações artísticas, semelhante ao que fez Nise da Silveira. Por isso, o nome da companhia não poderia ser outro: Cia Atravessa a Porta! Afinal, há de se atravessar as portas do serviço de saúde mental para a cultura, não se mantendo apenas no campo da saúde.
A metodologia é desconstruída, de forma que os personagens surgem, muitas vezes, dos próprios participantes. Como todo o trabalho é coletivo, inclusive a criação do roteiro, há o favorecimento de vínculos. Recentemente, o grupo tem se dedicado mais a performances, além de ter lançado um filme, Os Capsianos, que relata aventuras intergalácticas entre os planetas Caps e Terra. A estreia do longa ocorreu em maio, na Mostra Desalinhos e Costuras, uma união entre arte e loucura.
A importância desses projetos, segundo Amanda, está justamente na intersecção entre o clínico e o cultural, na qual há oferta de repertórios, educação artística, aprendizado coletivo, espaço de autoria e de criatividade. “Cuidado não é apenas hospitalocêntrico”. Além disso, nós, espectadores, temos a oportunidade de receber dos artistas as suas bagagens. “É desafiador, porque são muitas demandas e exige tempo, mas é muito gratificante e enriquecedor”, completa.
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