Corpo e mente paralisados: conheça a catalepsia e suas características
Data de Publicação: 23 de fevereiro de 2024 07:25:00 Paralisia extrema dos músculos e rigidez corporal são alguns sinais desse distúrbio que tem causas diversas. Saiba como identificar e evitar o estado
<article id="impresso"> <p>Iandara Pimentel Santana*</p> <p> </p> <p>Imagina, de repente, por alguns instantes, ficar com a cabeça e os membros paralisados, como se estivesse morto? A catalepsia é um distúrbio pouco conhecido<a href="https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/01/6792836-tratamento-para-pacientes-com-problemas-neurologicos-traz-qualidade-de-vida.html"> e está relacionado a doenças neurológicas e medicamentos.</a> “O que acontece dentro do corpo é que há um estado de rigidez muscular em que o paciente não consegue movimentar o corpo, ele também não consegue se expressar de maneira alguma, nem se comunicar ou mexer os olhos”, explica o neurologista especialista em Parkinson, dor e sono Willian Rezende do Carmo.</p> <p><iframe allow="attribution-reporting" aria-label="Advertisement" data-google-container-id="a" data-load-complete="true" frameborder="0" height="280" id="google_ads_iframe_/6887/portal-correioweb/correiobraziliense-com-br/revista_11" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_iframe_/6887/portal-correioweb/correiobraziliense-com-br/revista_11" scrolling="no" tabindex="0" title="3rd party ad content" width="393"></iframe></p> <p>O estado de catalepsia pode durar, em média, poucos minutos ou se alongar por dias, se não houver intervenção médica. “Se foi por uma intoxicação medicamentosa, por um medicamento de depósito, a pessoa pode ficar em um estado de rigidez que vai demorar, porque o efeito do remédio vai demorar a passar. E se for alguma de origem psiquiátrica, por exemplo, pode passar tão prontamente quanto veio, mas também varia”, pontua Willian.</p> <p>Para prevenir possíveis crises, é necessário investigar e entender os fatores do problema do paciente. “Por exemplo, para um paciente que teve catalepsia medicamentosa, não dar novamente o medicamento que causou aquilo. Já para paciente psiquiátrico, o certo seria tratar a condição psiquiátrica subjacente.”</p> <h3>Causas</h3> <p>A catalepsia ou catatonia, como também é conhecida, pode ser desencadeada por diversos fatores, mesmo que ainda não seja totalmente compreendida. Doenças psiquiátricas e neurológicas, como esquizofrenia e epilepsia, podem gerar o quadro, além de medicamentos para essas patologias. De acordo com a especialista em medicina do sono Núbia Cardoso, há alguns remédios mais comuns que podem causar reação da catatonia. “Aloperidol, ministrado para tratar doenças principalmente psiquiátricas, e ketamina, anestésico usado para alguns estados de depressão profunda”, cita Núbia. Além disso, doenças psiquiátricas podem gerar esse estado, em crise não medicada, como são chamadas, como crise bipolar ou esquizofrenia.</p> <p>Além disso, doenças demenciais, como Parkinson, ou condições que levam ao parkinsonismo podem causar a catatonia. A quantidade de sono também é um fator.<a href="https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/12/6661406-privacao-de-sono-dormir-bem-e-essencial-para-uma-vida-melhor.html"> Se a pessoa fica vários dias sem dormir ou dormindo muito pouco, ela pode desenvolver um episódio.</a> ”Mas é algo raro, o mais comum é associado à medicação ou às doenças”, completa Núbia.</p> <p>A questão genética também é um fator de risco, relacionado a um certo desequilíbrio nos neurotransmissores e receptores cerebrais.</p> <h3>Sintomas</h3> <p>Além dos sintomas clássicos citados, como rigidez e perda de movimentos, há outros sinais presentes na condição. “É um estado como se fosse de hibernação, de redução do metabolismo. <a href="https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2023/06/5103517-remedio-criado-para-o-cancer-pode-funcionar-contra-arritmia-cardiaca.html">A respiração e o batimento cardíaco ficam lentos</a>”, detalha Núbia Cardoso. Segundo a médica, a temperatura corporal pode cair um pouco também, mas não chega a ficar gelada.</p> <p>A pessoa que entra nesse estado pode ou não ter consciência da situação. “Dependendo da causa, se a pessoa tiver uma demência avançada, por exemplo, não tem consciência; mas se for por medicação, a pessoa pode estar ouvindo tudo e entendendo, mas não consegue se movimentar”, afirma Núbia. Em alguns casos, esse conjunto de características pode causar a impressão de que a pessoa está morta, mas conhecendo os sintomas da condição, e por meio de equipamentos médicos, é possível diferenciar.</p> <h3>Tratamento e prevenção</h3> <p>Durante a catalepsia, é importante tomar algumas medidas para a volta dos movimentos para a pessoa. “A primeira coisa é fazer o que chamamos de estímulo vagal no paciente, que é apertar forte o esterno, esse osso do meio do tórax. Essa é medida mais segura e fácil a ser feita por leigos”, recomenda Núbia. Além disso, tampar o nariz e a boca por alguns segundos, causando alteração de oxigênio no corpo, pode ajudar na interrupção da crise.</p> <p>Existem também medidas médicas para estimular o corpo caso seja causado por overdose de remédios ou drogas, como lavagem a gástrica, hidratação e glicose. Para aqueles estados de catatonia causados por falta de remédio, o caminho é outro. ”Por exemplo, se é o paciente parkinsoniano, ficou totalmente sem os remédios e acabou totalmente rígido, o tratamento é dar o medicamento para ele”, explica Willian Rezende. Assim, o tratamento dependente fundamentalmente do conhecimento da causa originária.</p> <h3>Evitando confusão</h3> <p>A paralisia do sono, fenômeno natural que ocorre depois de a pessoa acordar ou no momento em que se está tentando adormecer, muitas vezes é confundida com o estado de catalepsia, mas não são iguais. “Durante a paralisa, a pessoa acorda e o corpo está parado, mas ela está consciente, sabe o que está acontecendo, só não consegue mexer o corpo” explica Willian Rezende. De acordo com o neurologista, normalmente essa condição benigna, é transitória e a pessoa melhora também, mas é outro exemplo de estado de paralisia do corpo.</p> <p> </p> <figure> <figcaption>Paralisia do sono é também é uma condição que gera falta de mobilidade.<small>(foto: alexagorn/Unsplash)</small></figcaption> </figure> <p> </p> <h4>Palavra do Especialista</h4> <h4>Qual é a faixa etária mais atingida pela catalepsia?</h4> <p>Não existe uma faixa etária mais atingida nem gênero, porque isso depende totalmente da causa da catalepsia da pessoa. Problemas psiquiátricos podem pegar pacientes mais jovens;<a href="https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2023/12/6665501-pesquisa-apresenta-resultados-promissores-no-tratamento-de-parkinson.html"> causas parkinsonianas, pacientes mais idosos; epilépticos podem abranger diversas faixas etárias.</a></p> <h4>Quais são as complicações da falta de tratamento da catalepsia?</h4> <p>As complicações possíveis de uma catalepsia não tratada é de o paciente ficar com o corpo totalmente paralisado, ele não ingerir água nem comida e, com isso, ficar desidratado, desnutrido, com problemas na questão da evaporação e até mesmo da micção. Pode haver ainda problemas com lesões. Por ficar sempre deitado em uma mesma posição, o estado de contratura muscular de rigidez contínua faz com que lesione os músculos e os tendões.</p> <h4>Há outras condições parecidas com a catalepsia, como a cataplexia. Qual é a diferença entre as duas?</h4> <p>A cataplexia é uma condição que acontece na narcolepsia, que é uma doença de sono excessivo. Nela, a pessoa fica com o corpo totalmente paralisado, ou parte dele, após uma emoção muito forte, como uma gargalhada ou um susto. É uma paralisia, só que, em vez de ser rígida, é flácida, os músculos ficam soltos.</p> <p>Willian Rezende do Carmo é neurologista especialista em Parkinson, dor e sono.</p> <p> </p> <h4>Tags</h4> <ul> <li><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/tags/doencas-neurologicas/page/1/" title="">doenças neurológicas</a></li> <li><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/tags/paralisia/page/1/" title="">paralisia</a></li> <li><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/tags/remedios/page/1/" title="">remédios</a></li> <li><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/tags/sonolento/page/1/" title="">sonolento</a></li> </ul> <h5>Gostou da matéria? 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