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Produtores rurais aprendem o manejo correto da pitaya, produto em alta no DF

Produtores rurais aprendem o manejo correto da pitaya, produto em alta no DF

Data de Publicação: 1 de junho de 2025 19:22:00 Promovendo uma oficina de poda, Emater-DF levou cerca de 30 produtores para aprender sobre o cultivo da fruta na Embrapa Cerrados Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

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Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

Popular pela beleza e riqueza em nutrientes, a pitaya é uma fruta de alta procura com uma produção que tem aumentado no Distrito Federal ao longo dos anos: um crescimento de 40%, passando de 500 toneladas em 2023 para 700 toneladas em 2024. Para acompanhar a demanda e o interesse dos produtores rurais no cultivo da fruta, uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) promoveu uma oficina de poda nesta quarta-feira (28) na Embrapa Cerrados, estimulando o conhecimento dos pequenos agricultores locais.

A oficina de poda é promovida anualmente, sendo um manejo necessário após a produção de pitaya. Durante o evento, os produtores aprenderam sobre irrigação, nutrição, podas de formação, produção, proteção das raízes e também o manejo das invasões. Os cladódios, que são pedaços da planta podados que podem ser cultivados, ficaram com os produtores ?  tornando-os multiplicadores de pitaya em suas propriedades.

 

O DF tem 113 produtores de pitaya, ocupando 35 hectares | Foto: Divulgação/Emater-DF

O sucesso é perceptível ao observar a área plantada e o número de agricultores que produzem a pitaya, que subiu consideravelmente no DF. Há cerca de 8 anos, eram apenas quatro produtores de pitaya em Brasília, com quatro hectares de produção da fruta. Atualmente já são 113 produtores da fruta, ocupando 35 hectares, números que aumentam a cada ano.

O engenheiro-agrônomo e responsável pelo programa de fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, afirma que eventos como a oficina de poda influenciam nesse aumento de produção, unindo o trabalho entre a Embrapa, que é um órgão de pesquisa, com a transferência de tecnologia e extensão rural promovida pela Emater-DF.

 

Felipe Camargo comemora a parceria entre a Embrapa e a Emater | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

 “A Embrapa tinha materiais novos para lançar e a gente precisava entregar isso para o produtor, que é o principal beneficiário de tudo isso. Eles aprendem todo manejo, como podar, as variedades que existem da espécie e ainda levam mudas para iniciar um plantio na propriedade. E os extensionistas rurais continuam acompanhando esse desenvolvimento com o trabalho de assistência técnica nas visitas domiciliares”, detalha.

Fonte de renda

 

Maria do Socorro Araujo Faria planta laranja e manga e, agora, vai investir na pitaya | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A produtora rural do Paranoá, Maria do Socorro Araujo Faria, 68 anos, é do ramo de plantas frutíferas. Plantando manga, laranja e outros tipos de canteiros, ela já decidiu: no futuro quer ser uma produtora de pitayas. “Além de gostar da fruta, eu acho linda a flor. Sou apaixonada por plantas e meus netos amam a pitaya, vai ser muito bom ter em casa, além de mais uma fonte de renda. Juntar a Emater com a Embrapa para termos esse acesso está sendo muito útil para quem mora na zona rural”.

Já Vilmar Rodrigues de Morais, 60, produz pitayas em Brazlândia há cerca de 5 anos, junto com a esposa. Ainda assim, ele frisou que o dia de aprendizado em campo foi um divisor de águas ?  especialmente após aprender sobre o cruzamento das espécies, que dispensa a polinização manual. O agricultor familiar conta que é comum a flor da pitaya abrir às 20h, na parte da noite, o que deixava os trabalhadores acordados até as 2h do dia seguinte para fazer a polinização manual nas 200 ou 300 flores da propriedade.

 

Para Vilmar Rodrigues, a oficina será um divisor de águas | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

“Eu pensava que eu já sabia de tudo, mas não sabia de nada. Começamos em um mundo mais fechado, até que a Emater entrou junto da Embrapa com essa parceria. Com esse novo conhecimento, se a gente conseguir adaptar na nossa propriedade, nosso trabalho com certeza vai ser menor. Esse avanço vai melhorar e com certeza vamos deslanchar, então eu estou muito feliz”, completa.

Lançamentos

A pitaya, com apresentação de variedade desenvolvida pela Embrapa, chama a atenção pela resistência a pragas e pela baixa necessidade de mão de obra. Cultivada em postes de concreto com pneus, a fruta exótica tem produção estimada em 25 toneladas por hectare, podendo gerar uma receita de R$ 250 mil por hectare e tem um custo de implantação de cerca de R$ 85 mil por hectare.

Nos últimos anos houve o lançamento de várias tecnologias no DF, principalmente as cultivares geneticamente superiores de pitaya, a BRS (sigla que indica que a cultivar é da Embrapa) Luz do Cerrado, a BRS Lua do Cerrado, a BRS Granada do Cerrado, a BRS Mini Pitaya do Cerrado e a BRS Amber do Cerrado.

 

Algumas vantagens da produção de pitaya é que a planta é resistente a pragas e o plantio exige pouca mão de obra | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Gelape Faleiro, aponta para o impacto econômico positivo com a produção e demanda, reforçando que os consumidores estão começando a conhecer melhor a pitaya da região, presente no menu de diversos restaurantes de Brasília com sucos e drinks; além de lojas do varejo com diferentes espécies, como a pitaya vermelha de polpa branca, a amarela, a vermelha de polpa roxa e até minipitayas.

“A gente vê que o consumidor está se apaixonando pela pitaya, porque além de ser uma fruta muito bonita, apresenta várias características funcionais e benéficas para a saúde, sendo rica em fibras e antioxidantes”, acrescenta Gelape. Ele destaca a percepção do aumento de produtores brasilienses: “Essa parceria com a Emater é estratégica, porque tira as tecnologias da gaveta e leva até os produtores, melhorando a qualidade de vida deles e fazendo com que eles tenham uma fonte de renda alternativa na propriedade”.

Rota da Fruticultura

Entre as iniciativas que visam fortalecer a fruticultura no Distrito Federal e Entorno, está a Rota da Fruticultura - uma iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional em parceria com órgãos e entidades locais, lançada oficialmente na AgroBrasília 2023 com a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica com a Codevasf. A ação envolve a Emater-DF e a Seagri no apoio aos produtores rurais e tem o objetivo de ampliar a produção e o fornecimento de frutas como açaí, mirtilo e também a pitaya, com a geração de emprego e renda, incentivo a novos agricultores, promoção do intercâmbio de tecnologias e diversificação das culturas agrícolas da região.
 

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