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Homem é condenado por maus-tratos contra capivara em Vicente Pires

Homem é condenado por maus-tratos contra capivara em Vicente Pires

Data de Publicação: 3 de setembro de 2024 06:06:00 A turma concluiu que a aplicação da pena é imprescindível para a repreensão do réu pela conduta criminosa e o devido resguardo ao meio ambiente

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A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve, por unanimidade, a decisão que condenou um homem pela prática de maus-tratos contra uma capivara. A pena foi fixada em três meses de detenção, em regime aberto, sendo substituída por uma pena restritiva de direitos.

A turma concluiu que a aplicação da pena é imprescindível para a repreensão do réu pela conduta criminosa e o devido resguardo ao meio ambiente.

Conforme a denúncia, o réu teria infringido o artigo 32 da Lei 9.605/98, que proíbe a prática de ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Em março de 2022, na Colônia Agrícola São José, em Vicente Pires, o acusado foi gravado enquanto desferia chutes contra uma capivara, que estava amarrada com uma corda por ele.

O autor dos fatos alega que não agiu com intenção (dolo) de maltratar o animal, mas apenas queria se divertir. A defesa do réu afirma, ainda, que ele agiu com desconhecimento da ilicitude do comportamento. Requer absolvição por falta de provas, pois a condenação se baseou exclusivamente em um vídeo que não foi periciado. Caso a condenação seja mantida, sustenta desnecessidade de pena, em razão da alta vulnerabilidade social do réu.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Procuradoria de Justiça do DF se manifestaram pela manutenção da sentença.

Na análise do Desembargador relator, a materialidade e a autoria do crime de maus-tratos estão comprovadas pelas provas produzidas na fase judicial, sobretudo os depoimentos colhidos em audiência de instrução e julgamento. “É certo que o réu conduziu animal silvestre amarrado pelo pescoço e desferiu contra ele diversos chutes. O arquivo de mídia foi corroborado pelos depoimentos colhidos em Juízo, não havendo falar em insuficiência de provas da conduta do réu. Além disso, a Defesa não pediu perícia no arquivo de mídia durante a instrução processual, tampouco indicou quaisquer elementos indicativos de violação ou falseamento do conteúdo”, verificou o julgador.

O magistrado identificou, também, que, conforme os depoimentos policiais, o próprio réu reconheceu a prática da conduta nele apresentada quando foi ouvido informalmente em sede preliminar. “A falta de perícia em vídeo feito por popular, no qual o réu aparece transportando uma capivara presa por uma corda e chutando o animal, não tem o condão de macular a prova, principalmente por ter sido confirmado em Juízo por dois policiais que atuaram na investigação do fato”.

O colegiado avaliou que o dolo de maltratar animal é claro quando se observa as reiteradas agressões e a alegação de que estava apenas se divertindo trata-se de mera tentativa de isentar-se de responsabilidade penal.

Por fim, “para caracterização de erro de proibição, é necessária comprovação de que o réu não tinha ciência da ilicitude da conduta, o que não ocorre no caso”.

 

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